Cuidados com os dentes na pandemia

Uma boa higiene bucal é necessária em qualquer época. É medida preventiva contra diversos problemas que podem surgir na boca como halitose, cárie, tártaro, gengivite. Portanto, durante a pandemia não pode ser diferente. Há uma grande preocupação pela higiene pessoal de todo indivíduo e a saúde bucal está incluída.

Desde o início da pandemia e das medidas de quarentena no Brasil, o Ministério da Saúde e o Conselho Federal de Odontologia recomendam que apenas tratamentos de urgência e emergência sejam realizados. São situações que podem trazer risco de uma infecção ou até a vida do paciente, casos para alívio de dor também. Alguns exemplos que requerem tratamento imediato:

  • Sangramento descontrolado;
  • Traumas que envolvem os ossos faciais e que possam comprometer as vias respiratórias da pessoa;
  • Sinais de abscesso ou infecção (dor,  inchaço, vermelhidão);
  • Dano direto ao dente, como a queda de um pedaço ou dele todo;
  • Anomalia no nervo (geralmente causa uma sensação de dormência na face).

Estes ou quaisquer sintomas anormais envolvendo a boca e a face são casos para procurar profissionais durante este período. Se não, o recomendado é permanecer em casa, cuidando de sua higiene como forma de prevenção tanto a saúde bucal quanto da proliferação do vírus.

A boca é uma porta de entrada do nosso corpo para diversas bactérias, vírus e microorganismos. Por isso é importante o extremo cuidado com o que colocamos próximo ou dentro dela. Uma rotina que preza a higiene não previne apenas da Covid-19, mas de diversas doenças que podem ser adquiridas através de bactérias, por exemplo. 

ROTINA DE ESCOVAÇÃO

Antes e depois de escovar os dentes é importante lavar as mãos com sabão e água por, no mínimo, 20 segundos. Caso não seja possível, usar álcool 70 para a higienização.

A escovação deve ser feita com uma escova de cerdas macias e creme dental. Não  se esqueça de escovar a língua também. O uso do fio dental também é essencial durante o processo. A não utilização dele faz com que cerca de 35% da superfície dos dentes permaneça sem limpar. O uso do enxaguante bucal também é um passo interessante, mas é bom consultar o profissional que cuida de você antes.

A rotina deve ser feita diariamente, após refeições e antes de dormir.

ATENÇÃO À ESCOVA DE DENTES

Após o uso da escova, é importante se atentar a limpeza e armazenamento da mesma. Logo após a escovação, use água corrente para lavar o objeto, removendo  qualquer resíduo que possa estar nele. Não enxugue na toalha que usa para  mãos e rosto, pois pode conter bactérias ali. 

 

Caso sinta necessidade de uma limpeza mais intensa, pode borrifar álcool 70% ou água oxigenada 0,5% pela cabeça, cerdas e cabo da escova durante um minuto.  Depois, é só lavar em água corrente.

Para armazenar, evite locais abafados e úmidos, como armários e gavetas, pois podem aumentar a proliferação de bactérias indesejadas. Se for deixar em cima da pia, coloque a escova em algum recipiente, como um como, de forma que as cerdas fiquem voltadas para cima. Evite que a escova entre em contato com outras escovas, mesmo que seja de algum membro da mesma família, e que esteja longe do vaso sanitário. Descargas podem jogar para o ar algumas partículas e germes, o que pode contaminar a escova.

A indicação para trocar a escova é de 2 a 3 meses ou quando perceber alguma avaria nas cerdas. Contudo, neste momento delicado, caso você fique doente, é importante fazer a troca da escova. A saliva é um meio de transmissão de diversos vírus, incluindo o novo coronavírus. Sendo positivo para Covid-19 ou qualquer outro tipo de virose, o recomendado é a troca de escova para conter o risco de reinfecção.

USO DE MÁSCARAS

Durante a pandemia, foi mostrada a importância das máscaras de tecido. A barreira física que é colocada à frente do sistema respiratório é uma medida de baixo custo usada como prevenção ao vírus. 

Não há estudos recentes relacionando o uso da máscara com malefícios aos dentes. Contudo, é extremamente importante não tocar na parte interna da máscara, a pegando e ajustando apenas pelos elásticos laterais. Não só pelo novo coronavírus, mas algumas bactéria podem ser transmitidas assim. Como a da cárie, que se acopla na mucosa da boca.

ESTRESSE NA PANDEMIA E OS REFLEXOS NA SAÚDE BUCAL

Uma pesquisa realizada pela UFRJ entre os dias 20 de março e 20 de abril de 2020 constatou que casos de ansiedade e estresse tiveram um aumento de 80% por conta da pandemia. Mas o que isso tem a ver com a saúde bucal?

Bom, estresse pode refletir de diversas formas, inclusive causando aftas, herpes, problemas gengivais (como gengivite e periodontite), bruxismo. São situações que podem necessitar de um tratamento e orientação profissional.

Segundo a mesma pesquisa, um dos fatores de risco apontados para o estresse foi alimentação desregrada. O que também influencia na saúde bucal.

Além de todo o cuidado com a higiene pessoal e de objetos, também devemos nos atentar a saúde mental e ao que estamos ingerindo. A boa alimentação age fortalecendo a imunidade e promovendo a saúde como um todo. O consumo de alimentos de baixo valor nutricional ou com muito açúcar pode propiciar o aparecimento de cáries e outras doenças provenientes de bactérias.

 

Portanto, cuide bem da sua boca, que pode ser a porta para bactérias e vírus. Tenha cuidados redobrados com a higiene pessoal. Ache uma válvula de escape para o estresse e se alimente bem. Procure profissionais só quando for necessário durante a pandemia.